Texto de Carlos Magno Ericeira
O ciclo da páscoa no ano litúrgico da Igreja é dividido em duas partes (Quaresma e Páscoa). A quaresma que vai da quarta-feira de cinza até a quinta feira santa pela manhã é o tempo de preparação onde o cristão através do jejum, da misericórdia e da oração é convidado a buscar a conversão. A páscoa inicia-se com o tríduo pascal da morte e ressurreição de Jesus e constitui-se o centro de toda vida de fé das comunidades cristãs e do ano litúrgico, começando com a celebração da ceia do Senhor na quinta-feira Santa à noite, o tríduo tem seu cume na solene vigília pascal e se encerra na tarde do domingo da ressurreição.
A simbologia destes dias é de fundamental importância no contexto comunicativo das celebrações, exigindo assim das equipes celebrativa cuidados ainda maiores do que o habitual do resto do ano. As acolhidas, os ornamentos, os gestos a disposição dos móveis e utensílios e os cuidados com a preparação minuciosa das celebrações, assumem características fundamentais para exaltar o Cristo e levar o cristão a assumir uma profunda transformação de vida.
A quinta-feira Santa assume um tom festivo, com flores, velas, etc. a cor litúrgica utilizada é a branca, pode-se utilizar o costume judaico de começar acendendo a menorá (candelabro de sete velas), o rito do lava-pés representa o assumir a mística do viver em comunidade e se possível pode-se ligar o momento com o tema da Campanha da Fraternidade. É importante dar a celebração uma dimensão de refeição e ceia, a comunhão pode ser com pães ázimos e em duas espécies e ao final da celebração fazer um ágape fraterno, esta celebração comemora a instituição da eucaristia e onde for costume fazer adoração ao santíssimo sacramento.
A sexta-feira Santa tem um tom de despojamento e simplicidade, sem toalhas, sem candelabro em sinal de luto e de dor a comunidade mergulha no mistério da morte, a cor dos paramentos é o vermelho, sinal do sangue derramado na cruz. O silêncio ocupa um lugar de muita importância na mística e na dinâmica da celebração, gestos de ajoelhar-se e prostrar-se enriquecem a reflexão. A leitura da paixão, a oração universal e a adoração da cruz são momentos que se tornam sinais de uma comunidade orante.
O sábado santo (vigília pascal) não deve iniciar antes do pôr-do-sol, em algumas comunidades começa a meia-noite fazendo assim o aleluia da ressurreição com o nascer do Sol. A cor sugerida é o branco ou o amarelo. Esta é mãe de todas as vigílias na Igreja e tem no contexto de sua dinâmica uma riqueza imensa de símbolos e gestos, o fogo, as velas, as músicas populares, a caminhada, a invocação de todos os elementos, a abertura da portas do templo, a liturgia da palavra, etc. querem introduzir o povo orante no mistério da ressurreição e pela vitória de Cristo sobre a morte.Iniciar a caminhada da Igreja liberta.
Para o Cristão Católico vivenciar profundamente estes momentos deve constituir-se algo essencial para vivencia da fé, a páscoa na Igreja é o sinal da redenção de Cristo, buscar maior conhecimento e vivenciar este ciclo torna-se, portanto um sinal de que como seguidores estamos intimamente sintonizados com o Pai.